JAIR
RODRIGUES – O TALENTO E A ALEGRIA
Ele é um grande Artista.
Faço questão de dizer “é” porque Jair Rodrigues continua
presente com o seu grande legado à Música Popular Brasileira.
Eu poderia citar entre as suas grandes interpretações, a
música “Disparada”, de Geraldo Vandré e Théo de Barros, no
Festival da Música Brasileira, em 1966, quando Jair também ganhou o título de melhor
intérprete, no Teatro Record.
A sua atuação no programa “Dois na Bossa”,
ao lado de Elis Regina, rendeu momentos memoráveis como no famoso pout-pourrit
que tinha, entre outros diamantes da MPB, a música “O Morro
não tem vez”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.
O sambalanço “Deixa isso pra lá”, de Alberto Paes e
Edson Menezes, foi outro grande marco na carreira do cantor que, ao
interpretá-la, fazia um gesto com a mão, colocando a palma para cima e para
baixo, no ritmo da música. Esta música foi o primeiro rap gravado no Brasil e,
observe você o ano: 1964.
Mas, gostaria de contar um momento especial de
Jair Rodrigues que presenciei.
Matilde Bueno, diretora da Imprensa FM de São
Paulo, havia me convidado para apresentar o show da AACD, que estava sendo
organizado pela emissora.
Confesso que não consigo lembrar exatamente que
ano era, mas não poderia esquecer jamais da atuação de Jair Rodrigues naquele
dia.
Uma grande multidão assistia o evento. Chamei
Jair ao palco e ele começou a cantar, com o talento e alegria que eram suas
características.
De repente, ele resolveu descer do palco e
entrou no meio de toda a multidão a cantar. As pessoas o abraçavam. Ele sorria
e cantava.
Havia uma energia tão intensa no ar que parecia
que eram um ser único: Jair e todos que estavam ali.
Eu, no palco, me sentia como uma pessoa
privilegiada ao assistir um momento tão mágico como aquele.
Tive o prazer de conversar com Jair Rodrigues por
várias vezes, na própria Imprensa FM, em uma entrevista para a web revista
Jornal Animal – www.jornalanimal.com.br – e também em outros diversos veículos de comunicação.
Neste texto, quero render a minha homenagem a
este Artista que, como disse no início deste texto, continua vivo em nossa
Música.
Um forte
abraço, Jair! Onde você está, com certeza, a Alegria está presente!
Maestro Sergio Valério